Thiago Galhardo expõe bastidores de saída conturbada do Santa Cruz e dispara contra presidente: “Sempre tem um bobo da corte querendo ser rei”

O atacante Thiago Galhardo fez fortes declarações nesta terça-feira (2), durante participação no Confut Nordeste 2025, realizado no Recife. Pela primeira vez após conseguir rescisão indireta na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), o jogador detalhou os bastidores de sua saída turbulenta do Santa Cruz, expondo problemas internos, atrasos salariais, conflitos com a diretoria e até atritos dentro do elenco.

Antes de participar do evento, Galhardo já havia divulgado uma nota oficial em suas redes sociais citando “quebra de confiança” e “não cumprimento de obrigações básicas” como motivos para a rescisão.


Dívidas passam de R$ 3 milhões

Durante sua fala, o atacante revelou que, no momento em que acionou o clube judicialmente, o Santa Cruz acumulava:

  • 2 meses de salário,

  • 2 meses de direito de imagem,

  • 1 mês de moradia,

  • pendências com seu empresário,

  • todo o FGTS não recolhido.

Segundo Galhardo, o montante ultrapassa R$ 3 milhões. Ele afirmou ter buscado diálogo com o investidor Iran Barbosa, o presidente Bruno Rodrigues e o CEO Pedro Henriques, mas sem respostas que solucionassem a situação.

“Tinha um acordo. Coloquei na Justiça na quinta-feira. Eles foram notificados na terça, antes do feriado. O presidente me ligou assustado e depois o Pedro Henriques também. Expliquei que, se não pagassem, eu não me apresentaria. Iran disse que não podia colocar dinheiro porque a SAF ainda não estava instaurada… disse que daria um retorno até sexta. Já são três semanas e nada”, relatou.


Críticas diretas ao presidente Bruno Rodrigues

Galhardo também rebateu declarações recentes do presidente do Santa Cruz, Bruno Rodrigues, afirmando que o dirigente “falou besteira” e mudou de postura ao longo da temporada.

“Há dois meses ele dizia que eu era imprescindível. Agora diz que a comissão não me queria. Mas todo o planejamento foi feito comigo. Não dá para entender. Sempre tem um bobo da corte querendo ser rei”, disparou.

O atacante comparou a crise no Arruda a situações que viveu no Vasco:

“Os problemas não são pelo tamanho do clube, mas pela administração. Tive dois problemas judiciais na carreira: Vasco e Santa Cruz. Nos dois, o problema foi gestão.”


Ajuda financeira a companheiros

Galhardo revelou ainda ter custeado passagens aéreas para colegas de elenco que não tinham condições de retornar ao Recife após a reapresentação.

“Comprei passagem de alguns atletas porque não tinham dinheiro para voltar. Prometeram que tudo seria pago nas férias, mas não cumpriram. Isso é muito triste.”

Ele reforçou que não aceitará acordo parcial:

“Sem pagar tudo, não tem conversa.”


Crítica a jogador do elenco

Um dos relatos mais polêmicos foi sobre um atleta do próprio elenco, cujo nome não foi revelado, mas descrito por Galhardo como alguém que:

  • falava mal de companheiros quando estava na reserva;

  • vazou informações internas do grupo;

  • criou atritos que chegaram ao técnico Marcelo Cabo.

“Já dei detalhes suficientes para saber quem é. O cara que vende a palavra é o pior de todos. Espero que seja mais homem, para a família dele e para quem o defende.”


Apoio ao elenco e expectativas

Galhardo afirmou ter participado de ações de solidariedade dentro do clube, como arrecadações em bingos, e ressaltou que sua conduta sempre foi pautada pela lealdade.

“Minha palavra vale muito”, destacou.

Agora oficialmente desligado do Santa Cruz, o atacante aguarda a execução judicial para quitação das dívidas. A Cobra Coral S.A, empresa responsável pela SAF, informou que assumirá todos os passivos quando o processo societário estiver concluído.

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