O reforço nas campanhas de prevenção e incentivo às denúncias tem contribuído para encorajar mais mulheres a procurarem a polícia. Em março deste ano, Pernambuco registrou recorde histórico de queixas de violência doméstica/familiar.
De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), 4.869 boletins de ocorrência foram somados pela polícia. Houve aumento de 10,13% em relação ao mesmo período de 2023, quando 4.421 mulheres procuraram as delegacias para o registro das queixas.
A média de 157 ocorrências por dia chama a atenção. É a maior desde 2015, quando a SDS começou a registrar e divulgar as estatísticas mensalmente. Mas a polícia avalia o resultado como positivo.
"Nossa leitura é de que o aumento dos registros não significa que a violência contra a mulher cresceu. Mostra, na verdade, uma diminuição na subnotificação dos casos. As mulheres se sentem mais seguras para procurarem a polícia, o que é muito importante para a quebra do ciclo da violência e da prevenção ao feminicídio", afirmou a delegada Fabiana Leandro, gestora do Departamento de Polícia da Mulher, em entrevista à coluna Segurança.
No acumulado do ano, entre janeiro e março, 13.717 queixas de violência doméstica foram somadas. O crescimento foi de 9,04% em relação ao mesmo período de 2023, quando 12.579 ocorrências foram contabilizadas.
Do total de queixas no primeiro trimestre deste ano, 59,8% das vítimas têm entre 30 e 65 anos. Além disso, os quatro municípios com mais registros estão na Região Metropolitana: Recife (2.658), Jaboatão dos Guararapes (1.080), Paulista (919) e Olinda (836). Em 5º lugar está Petrolina, no Sertão, com 679 boletins de ocorrência.