Jovens com câncer colorretal possuem níveis mais altos de metabólitos associados à dieta do que pacientes com mais de 60 anos na mesma situação, segundo uma nova pesquisa da Cleveland Clinic, centro médico e acadêmico dos Estados Unidos, publicada na revista científica NPJ Precision Oncology.
Moléculas derivadas da alimentação, os metabólitos mais encontrados foram aqueles relacionados ao consumo de carne vermelha e processada, o que levou os pesquisadores a considerarem a ingestão excessiva desses alimentos como de maior risco para o desenvolvimento precoce de câncer colorretal.
O câncer colorretal afeta o intestino grosso, o reto (parte final do órgão) e o ânus.
O consumo excessivo de carne vermelha já era considerado um fator de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer. No entanto, cientistas creditavam essa relação à alta quantidade de gordura saturada presente nesses alimentos.
Na sequência, pesquisas provaram que tanto as gorduras quanto as proteínas da carne vermelha poderiam causar mudanças no microbioma intestinal. "E isso estaria relacionado a um aumento das possibilidades do desenvolvimento do câncer colorretal", explica Cukier.
Crescimento dos casos
No Brasil, o câncer colorretal é o terceiro tipo de câncer mais frequente, segundo o Ministério da Saúde, ficando atrás apenas do câncer de mama (73.610 casos por ano) e de próstata (71.730 casos por ano). A estimativa anual é de 45.630 novos casos da doença por ano.
Embora ainda seja mais prevalente entre os idosos, órgãos como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam para o crescimento no número de casos na população mais jovem. "Essa faixa etária já representa mais de 10% do total de casos novos dessa doença", diz Anelisa Coutinho, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).