O "apagão" no Hospital Estadual Otávio de Freitas (HOF), no Sancho, na Zona Oeste do Recife, obrigou o governo a transferir pacientes para outras unidades.
A informação foi confirmada, nesta quarta (26). No entanto, não foi informado quantos doentes precisaram deixar o HOF.
Na noite de terça (25), um problema na subestação de energia da unidade de saúde provocou o desligamento de todo o sistema.
Na nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) disse que uma "Força-Tarefa" foi montada para realizar o deslocamento dos pacientes graves.
Esse grupo foi instituído pela direção da unidade, com o apoio da Central de Regulação Hospitalar do Estado e ambulâncias do SAMU, Bombeiros, além de convênios privados.
"Pacientes da emergência e da Unidade de Terapia Intensiva foram removidos para os hospitais Alfa, Barão de Lucena, Oswaldo Cruz e Hospital das Clínicas (UFPE), bem como leitos da própria regulação estadual, informou.
Ainda segundo a nota, o plantão da emergência do Hospital Otávio de Freitas "está restrito".
Por isso, as chefias dos serviços da unidade estão acompanhando os pacientes para avaliar a necessidade de outras transferências.
Ainda conforma o comunicado oficial, "desde ontem (terça), as equipes técnicas estão no local realizando os reparos para a normalização da distribuição da energia dentro do hospital".
O que aconteceu
A SES-PE informou, ainda, que houve um problema interno no circuito elétrico.
A direção da unidade acionou a Neoenergia, que enviou equipes para auxiliar os técnicos da unidade de saúde.
O gerador do Hospital foi acionado imediatamente, porém foi identificado um problema na distribuição da energia na área interna da unidade.
Problemas
Na noite de terça, acompanhantes relataram que o hospital já sofreu com o mesmo problema outras vezes durante esta semana e que não foram surpreendidos com o apagão.
A técnica de enfermagem Joelma Rodrigues, de 31 anos, de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, está com a filha de 9 anos internada há quatro dias. "O hospital me ligou pedindo para eu vir para ver minha filha. Ela está em estado grave e com um dreno. Também fico preocupada com outras crianças, pois sei que está faltando insumo", relata.
Outra mãe que também ficou preocupada com a situação foi Maíra Lira, de 38 anos, moradora do bairro de Prazeres, também em Jaboatão.
"Minha filha está entubada porque está com bronquiolite. Estamos sem energia e no desespero. Os médicos e outros profissionais não sabem a causa da queda de energia. Também falta material para os profissionais, que estão fazendo rodízio de capote [tipo de avental descartável]. E também não tem máscaras", conta.
A autônoma Flávia Fernanda, de 41 anos, moradora do bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife, acompanha a avó de 93 anos no hospital há uma semana.
“Minha avó veio da UPA da Caxangá e quando chegou aqui foi para a ala vermelha e, no dia seguinte, foi para a ala amarela. Fico nervosa nesta situação, pois minha avó está precisando de oxigênio. A queda de energia também afetou a nossa Internet e estou sem comunicação com minha família. é muito constrangedor e é um absurdo um hospital estar sem energia”, afirma.
Conforme a dona de casa Eliza Cristina, que está com a filha internada há mais de um mês na unidade, os profissionais da saúde estão precisando trabalhar utilizando a lanterna do celular e isso aumenta o risco de infecções.
"Os médicos tiram dinheiro do próprio bolso para comprar medicamentos. Mas não temos o que reclamar dos profissionais, que se unem para comprar materiais”, conta.