O homem identificado como Antônio Fellipe Rodrigues Salmento de Sá jogou álcool no corpo de uma ex-namorada e tentou atear fogo no corpo dela, em 2015. A denúncia da vítima é a segunda que vem à tona após a agressão contra uma mulher cisgênero na saída do banheiro feminino do restaurante Guaiamum Gigante, no bairro do Parnamirim, Zona Norte do Recife. Antônio Fellipe questionou se a vítima era uma mulher e a agrediu.
Na última segunda-feira (25), uma ex-companheira do suspeito denunciou ter sido vítima de violência física e psicológica ao longo do relacionamento. A nova declaração foi dada pela vítima em entrevista à TV Globo, divulgada na terça-feira (26). Ela não revelou a sua identidade e contou que conseguiu escapar da agressão e pedir ajuda de pessoas que passavam na rua após o homem tentar atear fogo em seu corpo. A mulher havia pedido o fim do relacionamento.
"Eu [estava] dormindo e ele jogou algo em cima de mim. Quando ele foi para a cozinha pegar o fósforo para tocar fogo em mim, eu percebi a situação e me levantei. Ele ainda chegou a jogar uma faca em mim. Eu corri de camisola na rua, foi quando eu encontrei dois rapazes, pedi ajuda. Antes disso, ele quebrou totalmente minha casa, quebrou tudo", lembrou a terceira vítima.
Durante o relacionamento, lembra a vítima, a mulher percebeu uma mudança de comportamento no homem. "O início foi tranquilo. Ele se demonstra uma pessoa superprotetora, supercuidadosa, que dá bastante atenção. No início, ele começa a envolver a pessoa e, depois, ele mostra quem ele realmente é de fato. O comportamento dele começa a mudar, principalmente quando ele bebe", continuou.
A vítima diz ter descoberto que Antônio Fellipe Rodrigues Salmento de Sá usava drogas e decidiu terminar o relacionamento. Entre os traços violentos notados por ela comportamentos como possessividade, ciúmes excessivos e agressividade.
Ela procurou a Delegacia de Santo Amaro, na área central do Recife, e conseguiu uma medida protetiva. O trauma, no entanto, a obrigou a mudar de casa. "Prejudicou meu trabalho, meu psicológico. Eu fui para a casa da minha mãe, porque eu não conseguia conviver no apartamento. Eu me desfiz do imóvel porque eu não conseguia entrar e me lembrar de tudo que aconteceu", disse a mulher.
A Polícia Civil informou à TV Globo que identifica outros casos de agressão cometidos pelo mesmo homem e realiza "todas as diligências necessárias para a conclusão das investigações em curso em desfavor do agressor, inclusive com a representação junto aos órgãos competentes das medidas cabíveis".