Motoristas interditaram a garagem de ônibus do Consórcio Recife, na manhã desta terça-feira (23), e nenhum ônibus deixou o local até perto das 7h. A sede interditada é da empresa Pedrosa, no bairro de Beberibe, Zona Norte do Recife, e liga os Terminais Integrados de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, ao da Macaxeira, também na Zona Norte da capital. Ao todo, 22 linhas operam pela empresa.
De acordo com os trabalhadores, a empresa atrasou o pagamento quinzenal do salário da categoria, prática que, segundo o Sindicato dos Rodoviários, é comum na empresa.
"Esses atrasos estão recorrentes aqui na empresa. Os trabalhadores do Consórcio entraram em contato do sindicato para que façamos força para que o pagamento seja feito. Ele deveria ter sido feito dia 20, mas até agora nada. Essa prática já é comum aqui no consórcio e precisa mudar, então temos que fazer força nesse momento", afirmou o secretário-geral do Sindicato dos Rodoviários, Josival Costa.
De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, não há horário para término do protesto. "Nós estamos esperando que a empresa Pedrosa se posicione oficialmente a respeito do pagamento para que possamos definir o que faremos. Então não tem horário para o protesto acabar. Só liberaremos os ônibus quando recebermos uma confirmação da empresa", completou.
Vale lembrar que esta não é a primeira manifestação da categoria nesta semana. Na segunda-feira (22), os rodoviários bloquearam diversas vias no Centro do Recife em protesto contra seis casos de agressão contra motoristas apenas neste ano.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários do Recife e RMR, Aldo Lima, esclarece que o adiantamento quinzenal era para ter sido pago desde o último sábado (20). A quantia é referente a R$ 1.225. Cerca de 200 trabalhadores aderiram à paralisação.
Além da questão salarial, o protesto, que começou às 3h, também se dá por melhores condições de trabalho que, ainda segundo Aldo, já eram discutidas com a empresa Pedrosa.
“São questões de condições de trabalho, banheiro e outras coisas. Somos um sindicato atuante e estamos sempre nessa luta. São situações insustentáveis, criam revolta gigante da categoria e a gente precisou vir aqui”, complementou.
Os passageiros, que sentem os prejuízos da paralisação, na ponta, também reagiram ao protesto. Numa parada de ônibus, próxima à garagem, o profissional de marketing Weidson Roberto, de 27 anos, usa o ônibus justamente da empresa Pedrosa, que faz a linha Vasco da Gama/Cabugá. Ele foi surpreendido pela mobilização.