A história de Virgulino Ferreira da Silva, Vulgo Lapião, ganha um um novo episódio. Trata-se do primeiro processo judicial no qual o rei do cangaço aparece como réu. A peça conta com aproximadamente 1.400 páginas manuscritas e há muito tempo era procurada por pesquisadores e historiadores que se interessam pela trajetória de Lapião.
O calhamaço, da década de 1920, chegou ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) na última quarta-feira (13/09). O material que estava com páginas esmaecidas, foi entregue pela família de Assis Timóteo, de Triunfo, no Sertão do Estado.
O documento está sob os cuidados da Comissão de Gestão da Memória e com o Memorial da Justiça, unidades do Judiciário pernambucano que atuam em nome da preservação da história da Justiça no Estado. O processo judicial está em fase de limpeza e conservação. Posteriormente Será digitalizado e em breve estará diponível por meio do site do Memorial Digital, que se encontra hospedado no Portal do TJPE.
Os Crimes
O processo judicial narra em detalhes os crimes pelos quais os réus, Lampião e seu bando, foram acusados. Entre eles, um homicídio que aconteceu em 20 de outubro de 1922, em São José do Belmonte, no Sertão pernambucano. Também é citado no documento a invasão da cidade e o massacre que deu fim à vida do industrial e coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz.
O TJPE planeja organizar uma exposição com o material jurídico sobre o Cangaço em Pernambuco, trazendo detalhes também sobre juízes e desembargadores que atuaram nos processos. Já existe no Memorial outro processo, no qual Lampião surge como testemunha de defesa de um dos seus irmãos.