O dia do crime
"Ele tinha saído para surfar pela manhã e, à noite, estava comigo, mexendo no computador. Eu me lembro que chovia muito e o árbitro ainda ia ver se tinha condições de ter jogo. Chamaram Paulo para tirar umas fotos da torcida do Paraná. Infelizmente, quando estava saindo do estádio, os bandidos pegaram dois vasos e arremessaram. Eu vi a notícia na televisão que alguém tinha morrido, mas não imaginava que era ele", afirmou o pai.
“Foi pura maldade. A intenção era matar alguém. Mas eles não conheciam meu filho. Fiquei sem querer assistir futebol naquele estádio e nem sequer ver o objeto que tirou a vida dele. Até hoje não passo na rua onde isso aconteceu”, recordou.
Os três responsáveis pelo crime foram capturados dias depois. O primeiro foi Everton Filipe Santiago, de 23 anos, encontrado em uma escola no bairro de Ouro Preto, em Olinda. Luiz Cabral de Araújo Neto, 30, estava no interior do Rio Grande do Norte, enquanto Waldir Pessoa, 34, se entregou.
A sentença
O julgamento do caso aconteceria em junho de 2015, mas por conta da ausência de advogado de um dos réus, foi adiado para o dia 2 de setembro do mesmo ano, data do aniversário do pai de Paulo Ricardo. Na ocasião, a mãe ainda foi ameaçada por vândalos que estavam presentes no Fórum Rodolfo Aureliano.
"Ela fez terapia na época, tomando medicações. Mas o sofrimento era intenso. Chegou a pular de uma moto em movimento, em uma tentativa de suicídio. É contra a natureza um pai ou mãe enterrar o filho. E não é somente perder, mas a forma como aconteceu. Minha irmã nunca mais foi a mesma", disse o irmão de Joelma e tio de Paulo Ricardo, Tiago Valdevino. Na sentença, Waldir pegou 22 anos e seis meses de reclusão; Luiz Cabral foi condenado a 25 anos, sete meses e 15 dias; e Everton Filipe a 28 anos e nove meses.
Após dois pedidos de apelação no Ministério Público, a pena final ficou assim: Waldir foi condenado a 45 anos, Luiz Cabral com 51 anos e três meses e Everton Filipe com 57 anos de reclusão, sendo todos em regime fechado.