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Justiça

Acusados de chacina de conselheiros tutelares vão a julgamento depois de oito anos

Publicada em 11/12/23 às 10:00h - 10 visualizações

por Diario de Pernambuco


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 (Foto: Diario de Pernambuco)
Após oito anos, tem início, nesta segunda (11),  o julgamento dos acusados de envolvimento nos assassinatos de três conselheiros tutelares e de uma idosa, no município de Poção, no Agreste do Estado. 

Conhecido como "Chacina de Poção", o crime  teve grande repercussão para os moradores daquela cidade, que fica a 240 quilômetros do Recife.
 
Foram mortos  os conselheiros  Carmem Lúcia da Silva, de 38 anos, José Daniel Farias Monteiro, e Lindenberg Nóbrega de Vasconcelos. 

Também foi assassinada a tiros Ana Rita Venâncio, que era a esposa de João Batista, avô materno da criança que sobreviveu ao atentado, na época, com 3 anos de idade. 

Todos foram executados enquanto estavam em um veículo que trafegava em uma rodovia da cidade de Arcoverde, no Sertão do Estado. Eles vinham da casa da avó paterna da criança.

Segundo o avô materno, João Batista, as famílias dividiam a guarda da criança. O pai e a avó paterna cuidavam dela durante a semana e, nos fins de semana, a menina ficava com os avós maternos.

Como será 
Nesta segunda, sentará no banco do júri o primeiro réu do caso, W
ellington Silvestre dos Santos, conhecido como Chaves. 
Segundo os autos, ele e  Égon Augusto Nunes de Oliveira foram responsáveis pelos tiros que atingiram as vítimas, no dia 6 de fevereiro de 2015. 

Na época, a oficial de justiça Bernadete Siqueira Britto de Rocha foi apontada pela polícia como a mandante da chacina.

Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o processo corre na 4ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, onde será realizado o julgamento de Wellington, de acordo com o processo de NPU 000332-69.2015.8.17.1140.

Ainda segundo a corte, “em relação aos demais acusados do caso, estes se encontram aguardando resultado de Recurso/pedido de desaforamento para posterior julgamento”, disse a nota do tribunal. 

Além de Bernadete, Wellington e Égon, também foram acusados de participação no crime o advogado e amigo íntimo de Bernadete, José Vicente Pereira Cardoso da Silva, de 59 anos, Leandro José da Silva, de 25, conhecido como Léo da Coca, Orivaldo Godê de Oliveira, conhecido como Zeto, e Ednaldo Afonso da Silva, que auxiliam e facilitam a fuga dos executores.

Motivos
 
Na época, as investigações da polícia apontaram que  Bernadete exercia a guarda da neta, vítima sobrevivente da cena do crime, cuja guarda oficial era do pai, José Cláudio de Britto Siqueira Filho. A oficial de justiça manteve, através do filho, a disputa judicial pela guarda com a família materna da criança. 

As brigas entre as famílias eram caracterizadas por intensa rivalidade, ameaças e até agressões.

As apurações ainda apontaram que Bernadete Rocha teria pago R$ 45 mil pelo crime, e tinha ainda a intenção de matar todos os parentes maternos que pudessem ficar com a guarda da neta,

O crime foi planejado por Bernadete desde 2014, de acordo com a polícia. Ela é acusada ainda de ter matado a mãe da criança por envenenamento, em dezembro de 2012.

Na época, todos os acusados foram indiciados pela polícia por quatro homicídios duplamente qualificados e podem pegar até 210 anos de prisão.



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