A produção de cana-de-açúcar no Brasil na safra 2024/2025 deve alcançar 676,9 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 5,1% em relação à safra anterior. Os dados foram divulgados nesta nesta quinta-feira (17) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No Nordeste, a colheita ainda está sendo finalizada, mas a estimativa é que a produção ficará em 54,4 milhões de toneladas, o que representa queda de 3,7% em relação à safra anterior.
De acordo com dados do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Pernambuco produziu 13.246.521 milhões de toneladas na safra de 2023/2024. Comparado à safra atual (2024/2025), a estimativa é que o estado tenha uma leve queda de 0,74%, com a produção de 13.148.575 milhões de toneladas.
O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, destaca que a produção de cana no estado deve se manter estável nesta safra. “Pernambuco é o segundo maior produtor de cana-de-acçúcar e de açúcar e, no etanol, é o terceiro maior. Nós somos grandes exportadores do açúcar, produzimos cerca de 1.2 milhão de toneladas de produto nesta safra e cerca de 60% vai para o mercado externo, que atinge a Europa, Norte da África, Caribe, Leste europeu e também os Estados Unidos”, destaca Renato. Segundo ele, de acordo com dados do Sindaçúcar, o estado exportou mais de 681 mil toneladas nesta safra.
Etanol
De acordo com dados da Conab, houve crescimento de 4,4% na produção total de etanol no país, com 37,2 bilhões de litros. O aumento foi registrado mesmo com a queda de 1,1% da produção a partir do esmagamento da cana, causada pela piora das condições climáticas. O total produzido ficou em 29,35 bilhões de litros, graças ao incremento de 7,84 bilhões de litros do etanol fabricado a partir do milho.
Renato Cunha aponta que o etanol oriundo do milho está crescendo no mercado interno e a expectativa do setor de produção do etanol gerado por meio da cana é que ocorra um equilíbrio no crescimento entre ambos os setores. “O milho do Brasil hoje destina-se a alimentação do gado, mas também está sendo destinado ao etanol carburante e muitas vezes eles também operam em plena safra do Nordeste. É importante que tanto eles quanto nós lutemos para que ocorra uma integração para melhorar sempre as demandas”, aponta.
Condições climáticas
De acordo com a Conab, o índice 5,1% menor do que a safra recorde, colhida na safra anterior (2023/2024), ocorreu por conta do impacto de baixos índices de chuvas, aliados às altas temperaturas registradas na Região Centro-Sul, que representa 91% da produção total do país. Ainda segundo a companhia isso ocorreu aliado à queimada observada nos canaviais, quando o fogo também consumiu parte da cana em plena produção.
Segundo Renato Cunha, a queda na produção do Nordeste ocorreu de forma mais rápida por causa dos impactos do fenômeno La Niña, que normalmente favorecem o crescimento da produção da cana na região.