O mês de março registrou a cesta básica mais cara de 2025 em parte dos municípios da Região Metropolitana do Recife, com o conjunto de itens para consumo mensal das famílias custando R$ 702,71. Em fevereiro, a cesta custava R$ 696,72. Atualmente, o salário mínimo é de R$ 1.518, o que significa que a cesta básica compromete cerca de 46,29% da renda de milhões de brasileiros. Os dados são da pesquisa realizada pelo Procon de Pernambuco e divulgada nesta segunda-feira (7).
Entre os itens que compõem a cesta básica e que tiveram um acréscimo no valor de um mês para o outro, está o café em pó (250g), encontrado por R$ 13,69 em fevereiro e R$ 15,15, em março um aumento de 10,65%. O quilo do açúcar cristal também subiu de preço: em fevereiro custava R$ 4,11 e em março foi encontrado por R$ 4,39, um aumento de 6,68%.
Quando o assunto são produtos de limpeza, a água sanitária de 1 litro, que no mês anterior custava R$ 1,95, neste mês foi encontrada por R$ 2,15, gerando uma diferença percentual de 10,15%.
No mesmo mês, os produtos tiveram grandes variações entre os estabelecimentos visitados pela pesquisa, como foi o caso, por exemplo, do pacote de absorventes higiênicos com oito unidade que teve uma diferença de preço de 344,83%, sendo encontrado por R$ 6,45 em seu maior valor e R$ 1,45 em seu menor.
A pesquisa do Procon-PE analisou os preços de 27 produtos de alimentação, limpeza doméstica e higiene pessoal em 26 estabelecimentos em Recife, Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista. A Análise foi feita entre os dias 20 e 25 de março.
A escalada de preços, segundo Liliane Amaral, gerente de fiscalização do Procon PE, está relacionada a dificuldades que vêm sendo enfrentadas na produção de determinados alimentos, como é o caso do café.
“Nós estamos passando por um período com poucas safras, e a relação climática também tem afetado alguns commodities. Então são produtos que vão aumentando no mercado porque a demanda vai aumentando, mas a oferta vai diminuindo, a safra não acompanha a demanda que o público pede”, explica.
O aumento no valor dos produtos de limpeza, por sua vez, está relacionado a fatores como a inflação e o preço do dólar. “Esses produtos são commodities internacionais, são produtos que são vendidos a preço de dólar, então a variação de inflação e do mercado realmente gera essa dificuldade, sabe? É uma questão de ordem econômica”, comenta Liliane.
Preços vão seguir subindo
A previsão para os próximos meses, segundo a especialista, é de que os preços continuem a subir: “O que nós temos visto é que há um fator progressivo. Todo mês vem aumentando um pouquinho. Nós não temos certeza sobre o próximo mês, porque não tem como afirmar isso, mas está havendo um aumento progressivo. Agora, quando vai estacionar, quando vai melhorar, realmente, vai com a dinâmica do país”.