O governo brasileiro acompanha de perto a tensão entre Venezuela e Guiana e mobilizou o Exército e a Polícia Federal para atuar nas fronteiras com os países vizinhos.
Segundo a CNN, o setor de inteligência da PF acompanha a situação da fronteira brasileira e vai abastecer o governo com relatórios que podem embasar possíveis decisões do presidente Lula sobre a disputa entre os dois países.
Na última semana, o Ministério da Defesa do Brasil já havia aumentado a presença militar na região de fronteira próxima ao local em disputa.
Uma solicitação do senador Hiran Gonçalves (PP) pediu aumento das tropas em Pacaraima, em Roraima, cidade fronteiriça com Essequibo, a área disputada pelos dois países.
O Exército aumentou de 70 para 130 o efetivo do Pelotão Especial de Fronteira no município para reforçar o patrulhamento na divisa do Brasil.
O governo quer evitar que a Venezuela use o território brasileiro para avançar sobre a Guiana.
No último domingo (3), a população venezuelana aprovou, por meio de um referendo, medidas que podem resultar na anexação de parte do território da Guiana.
Ao todo, o referendo tinha cinco perguntas. Na principal delas, o governo perguntou se a população concordava com a criação do estado Guiana Essequiba e com a incorporação desse estado ao mapa venezuelano.
Mais de 95% da população votou pela aprovação da anexação do território.
No entanto, o referendo não indica uma ofensiva imediata de Nicolás Maduro sobre o país vizinho. Isso ainda vai depender de políticas adotadas por ele.
Na última sexta-feira (1º), a Corte Internacional de Justiça, a instância mais alta da Organização das Nações Unidas (ONU) para julgar casos de soberania entre países, determinou que a Venezuela não pode fazer nenhum movimento para tentar anexar Essequibo.