Às 23h38 desta segunda-feira (13) o presidente Lula recebeu brasileiros repatriados vindos da Faixa de Gaza, zona de conflito no Oriente Médio. As 32 pessoas que fazem parte do grupo estão sendo repatriadas.
O presidente Lula, a primeira dama Janja, Silvio Almeida, Nísia Trindade, Flávio Dino e outras pessoas que formam o governo Lula participaram da recepção na Base Aérea de Brasília.
"Vamos fazer todo o esforço da diplomacia brasileira para tentar trazer todos os brasileiros que lá estão e que querem vir para o Brasil. Inclusive, alguns brasileiros que lá estão e que tinham parentes eu pedi para trazer os parentes, mesmo que não fossem brasileiros, que a gente trataria de legalizar quando chegassem ao Brasil", comentou, na ocasião, o presidente Lula.
Dentre eles, 22 são brasileiros, os outros dez são palestinos familiares de brasileiros. O grupo é composto por 17 crianças, nove mulheres e seis homens.
"O que está acontecendo lá é, na verdade, um massacre. É difícil para vocês entenderem o que se passa lá. As bombas caem de todos os lados. Minhas filhas não conseguiam entender no começo...Quando elas começaram a entender o que estava acontecendo, elas passaram a fechar as janelas quando passava um avião militar israelense, para pensar que ao fechar janelas elas teriam proteção", relatou Hasan Rabee.
Palestino com cidadania brasileira, Hasan Rabee, de 30 anos, morava em São Paulo desde 2014, quando fugiu de Gaza e viajou para o Brasil. Na capital paulista, recebeu status de refugiado e conseguiu emprego como vendedor de acessórios para celulares. Ele estava em Gaza para o casamento de sua irmã. Três dias após a cerimônia, a cidade começou a ser bombardeada.
Todos os refugiados chegaram ao Brasil aparentando gratidão, mas também preocupação com quem ficou lá. Há uma burocracia maior para trazer parentes de brasileiros, uma questão levantada por Hasan Rabee, que falou ao lado do presidente Lula."Gostaria muito de ter trazido nossos familiares para cá, mas elas estão aguardando a liberação de documentos para a segunda lista", informou Rabee.
Uma universitária palestina pediu para agradecer publicamente por ser tirada da zona de conflito.
"Eu até agora não estou conseguindo acreditar que estou aqui, que estou viva. Achei que iria morrer, estou muito emocionada... Perdi minha casa, diversos familiares, amigos e minha casa lá. Não temos nem lugar para voltar se quisermos voltar para casa", contou Shahed al-Banna, de 18 anos.
Ela tinha voltado ao país para levar sua mãe, que estava com câncer e quis voltar a seu país de origem para se despedir de sua família. A universitária ficou no país após a morte de sua mãe, e estava em Gaza há um ano e meio. Quando a guerra Israel x Hamas explodiu, Shahed foi para a casa de uma tia.O local para que eles possam se readaptar será providenciado pelo governo brasileiro. Pelos próximos dias, todos vão receber cuidados de saúde e reencontrar seus familiares.