O assessor parlamentar Sayid Marcos Tenório foi demitido do gabinete do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA) nesta terça-feira, 10, por ironizar, nas redes sociais, uma mulher israelense sequestrada pelo grupo terrorista Hamas. No X (antigo Twitter), ele comentou um vídeo em que ela aparece com as calças sujas: "Isso é uma marca de m.... Se achou nas calças", com um emoji sorridente.
O comentário foi publicado no sábado, 7, data dos primeiros ataques a Israel. Dois dias depois, na segunda-feira, 9, Tenório, que é historiador, publicou duas imagens da bandeira israelense. Em uma, há uma barata no lugar da estrela de Davi e, na outra, o símbolo está mergulhado em uma poça de sangue.
As publicações e comentário foram apagados após a repercussão que tiveram. Tenório é vice-presidente do Instituto Brasil Palestina (Ibraspal), filiado ao PCdoB e autor de livros sobre a questão palestina.
Tenório era funcionário comissionado na Câmara há mais de 20 anos e estava desde o começo de 2019 no gabinete de Jerry. O salário bruto do historiador era de R$ 21 mil. No site da Casa, ele ainda consta como "em exercício", mas sua demissão já foi encaminhada pelo deputado e deve ser formalizada nos próximos dias.
"Considerei gravíssimas e inaceitáveis as postagens dele. Não se trata de debater a questão palestina, mas sim de uma declaração inaceitável sobre um episódio", disse Jerry ao Estadão. De acordo com o parlamentar, Tenório era um assessor "referenciado por várias pessoas".